terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O que é Loucura?

Atualmente essa questão vem aparecendo na televisão, em novelas, programas e etc, tornando mais interessante trocar idéias e esclarecer sobre ela.

A loucura é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos que não são considerados comuns pela sociedade. Pode ser conseqüência de uma doença mental, quando não é classificada como a própria doença. A verdadeira constatação da insanidade mental de um indivíduo só deve ser feita por especialistas. Algumas visões sobre loucura defendem que o sujeito não está doente da mente, mas pode simplesmente ser uma maneira diferente de ser julgado pela sociedade.

Na Antigüidade a loucura era considerada como uma manifestação divina. O ataque epiléptico, intitulado a doença sagrada, significava maus presságios quando ocorria durante os comícios.
Ao longo da história, os loucos foram tidos sob várias visões, na idade média os loucos eram afastados do convívio social, havia barcos que levavam os insanos de uma cidade para outra.

Atualmente do ponto de vista orgânico, a loucura é causa bioquímica das doenças mentais. A loucura é uma experiência social e psicológica, dizemos que é uma experiência social, tendo em vista a maneira variada que os grupos sociais a concebem. O que nós caracterizamos como loucura pode não ser para um outro grupo. A noção de loucura é diversificada e relativa, uma vez que cada grupo tem uma linguagem particular para defini-la.
Comparando as diferentes maneiras que grupos de estudantes universitários definem a loucura, percebemos que, o louco é visto como um doente mental, uma pessoa que foge dos padrões da sociedade, que fantasia a realidade, que muitas vezes não possui consciência de si mesmo e dos outros e também sofre de desequilíbrio emocional.

Segundo João Frayze (1993), a crermos em muitos pensadores contemporâneos, a loucura não é um fenômeno fundamentalmente oposto ao da chamada racionalidade ou normalidade. A loucura é interior à razão – eis uma proposição notável muitas vezes posta sob suspeita, tão espantosa que se resiste a aceitar.
Se a loucura é algo com que convivemos, paradoxalmente é algo difícil de falar na primeira pessoa. Fácil é falar da loucura do outro, da loucura alheia. Na fala cotidiana (ou no discurso científico), são lhe emprestadas tantas vestias que elas se mostram disfarçadas de certa maneira. Essa aparência da loucura é a visão que se tem do louco.

Segundo a opinião do senso comum sobre a loucura, o autor diz que temos duas principais tendências conceptuais reconhecíveis nessas acepções. Por um lado temos a loucura concebida e particularizada como uma experiência corajosa de desvelamento do real, de desmontagem e recusa do mundo instituído: a loucura é saber. De outro lado (e esta é a tendência mais forte), temos a loucura descrita como uma falha da forma pessoal, consciente, normal, equilibrada e sadia de ser, um desvio do grupo social: o louco é perigoso para os outros, senão para si mesmo.
Esses pontos de vista, que alguns especialistas (médicos, cientistas sócias e filósofos), chegam a assumir, são discutíveis.

O louco também é um homem a quem a sociedade não quis ouvir e a quem quis impedir a expressão de insuportáveis verdades.
Não devemos imaginar que essas visões da loucura são controvertidas por terem origens em um discurso de um grupo de não especialistas. Ao contrário, a situação não é diferente no âmbito das disciplinas específicas. Mais do que controvérsia, a situação é de há muito tempo, médicos e filósofos se terem debruçado sobre o problema da loucura, sem que tenham conseguido saber exatamente o que ela é. E isso porque, de modo algum um “fato” ou uma “entidade natural” a loucura é uma questão problemática.

A loucura enquanto doença mental é concebida tradicionalmente como as demais doenças orgânicas, ela assume a feição de uma entidade natural manifestada por sintomas. O aparato teórico técnico dessa perspectiva se renovou, desde o começo do século, graças ao progresso das pesquisas biológicas (neurocirurgia, eletroencefalografia, neurofisiologia), mas a tese básica se manteve: a doença mental concebida como efeito de um processo orgânico, sua origem é endógena. Ou seja, é no interior do organismo individual que se encontrará a causa de seu estado mórbido, isto é, uma lesão de natureza anatômica ou algum distúrbio fisiológico.

Mas a expressão “doença mental”, pode recobrir um outro significado. Pode designar uma desorganização da chamada “personalidade pessoal”. Como uma alteração interna de suas estruturas, como um desvio progressivo de seu desenvolvimento, a doença, nesse caso, só teria sentido no interior de uma personalidade estruturada, a personalidade do individuo torna-se, portanto, o habitat natural da doença e o critério segundo o qual ela será julgada.

Ao procurar compreender as condutas através do contexto singular de cada cultura, essa concepção, ao mesmo tempo em que pretende relativizar antropologicamente os costumes, absolutiza o desvio como a essência das doenças.
O louco seria, segundo essa abordagem essencialmente um caso de desvio ou inadaptação. Nesse sentido, independentemente da diversidade cultural, a loucura é concebida como um problema eterno. Se é relativa a uma cultura, é apenas na condição de conduta ou modo de ser que a ela não se integra.
Segundo Foucault (1975), é própria de nossa cultura dar à doença o sentido do desvio e ao doente um estado que o exclui.

Aline Kumakura e Isabela Rocha.

Extraído do artigo "O que é loucura" realizado para a disciplina Psicologia da saúde mental 2°ano, Docente Kenia Peres.

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